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Sobre rótulos e destino

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Estávamos na festa de aniversário de um amiguinho do Marcos. O momento do "parabéns" estava se aproximando e o pai da criança anunciou que era hora das fotos! Correndo, Marcos veio até mim e disse: "Mamãe, é hora de tirar fotos, mas eu não quero, eu SOU tímido !" As palavras do meu filho, tão espontâneas e ao mesmo tempo pesadas me fizeram lembrar das diversas vezes em que eu disse a outras pessoas: "o Marcos é tímido"... Sem intenção, sem nem mesmo perceber, eu tinha construído um rótulo para ele e agora esse parecia ser sua essência e, consequentemente, seu destino. Mas, como eu acredito que nada nunca está perdido, e que sempre há tempo para construir novas realidades na educação dos nossos filhos, a minha resposta para o Marcos naquele momento foi: "Filho, você não precisa SER tímido, você pode escolher se quer ser tímido agora ou não!" Continuamos na festa, tirei fotos com o aniversariante e em nenhum momento insisti para que meu

O que a raiva do seu filho (ou sua forma de expressá-la) tem a dizer sobre você

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Nossa raiva, quando reprimida, continua nos fazendo mal. Seu filho é uma criança amorosa, mas você tem percebido que, ultimamente, ele tem usado gritos e choros estridentes para expressar sua frustração quando não atendido. Você tenta conversar com ele, mostrar formas de colocar a raiva pra fora sem agredir ninguém, pede que ele use palavras para expressar o que sente, ao invés do choro. Nada parece funcionar. A próxima vez que você tiver que dizer "não" a ele, você já sabe, o "show" começará novamente. A parte tudo o que a "birra" quer nos dizer sobre a criança, é importante olharmos para a agressividade e raiva dela com outros olhos. Ou melhor. Olhando em outra direção: para dentro de nós mesmos. Você é o maior exemplo do seu filho Não adianta você dizer a criança que ela deve bater em uma almofada ao invés do amiguinho, ou que ela deve expressar com palavras o que sente, se você constantemente tem reagido com gritos aos comportamentos de

Diário de Desmame Gentil Guiado [4]

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Venho trazer atualizações para este diário! Não escrevi antes porque não havia muitas novidades. Achei melhor esperar para escrever quando fatos novos ocorressem!.  Começamos o processo de desmame há mais de um mês. O desmame noturno se estabeleceu alguns dias antes então, no começo do processo, Marcos mamava no mínimo três vezes por dia (ao acordar, ao chegar da escola e antes de dormir). Em momentos de frustração ou insegurança, ele também procurava o mamá, e eu nunca negava. Quando iniciamos o processo de desmame, porém, eu passei a limitar essas mamadas. Primeiro, limitei o tempo: "só um pouquinho, filho!", eu lhe dizia. Depois passei a negar algumas mamadas do dia: a da manhã foi a primeira a ser extinta: "vamos tomar café da manhã, filho!".   A última foi a mamada da noite, a mais difícil de tirar, já que era o gatilho de sono dele. Da mesma forma, comecei limitando o tempo e introduzi o hábito de tomar um pouco de leite de vaca (integral, de caixinha mes

Nossas necessidades e as necessidades dos nossos filhos

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Quantas vezes nós brigamos com nossos filhos sem perceber que somos nós os causadores do comportamento que condenamos? Voltei ao mercado de trabalho faz pouco mais de um mês e, como não podia deixar de ser, isso mudou bastante a dinâmica da nossa casa. Mudou também a minha mente, que anda agitada com responsabilidades e compromissos extras para cumprir. Ontem, Marcos estava especialmente agitado, tendo atitudes que não condizem com o seu "normal". No calor do desafio, nós o repreendemos, ameaçamos castigá-lo (que significa ficar sem desenho animado) e, mesmo depois conversando calmamente, focamos no erro dele. Só depois enxerguei o tamanho do meu erro. Ele se aproximou de mim algumas vezes antes do jantar, querendo minha atenção depois de longas horas na escolinha e eu respondi com uma "meia atenção correndo", enquanto terminava o trabalho no computador. Ele quis brincar e eu pedi que ele procurasse o pai, que estava também extremamente cansado depois de um

Diário de desmame gentil guiado [3]

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A cada dia há menos leite disponível em meus seios. E o Marcos já percebeu isso. Eu converso com ele sobre isso com alguma frequência e completo: "Que bom que você já é grandinho e come comida  e pode beber o leite da vaquinha, né, assim você não precisa mais do leite da mamãe!" Ele retruca que ainda é bebê, mas já não pede mais o mamá com a frequência anterior. Às vezes, quando fica chateado com alguma situação, ele pede, mas tenho conseguido distraí-lo com outras coisas e ajudá-lo assim a encontrar outras formas de se acalmar e se restabelecer diante de incômodos... Faz parte da educação emocional também... Ele já não está mamando tanto pra dormir também. Se ele tiver mamado pouco antes da rotina noturna, ou mesmo durante a tarde, já não pede na hora de dormir. Mas, mesmo quando pede para dormir, ele mama uma pequena quantidade e já consegue adormecer rapidamente. E tem dormido a noite toda. Mesmo quando acorda no meio da noite (talvez por algum barulho ou um sonho agita

A mágica de acordar cedo depois de uma boa noite de sono

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O hábito de acordar cedo tem feito parte da minha vida desde que consigo me lembrar. Primeiro a escola, depois a faculdade, depois o trabalho, sempre realizados pela manhã. Ao me casar, entrei para uma família que também cultiva esse hábito com paixão. Acordar tarde é desperdício de vida, diz meu marido. Todavia, desde a chegada do nosso pequeno, acordar cedo não era, para mim, sinônimo de produtividade, ou de aproveitar a vida. Primeiro porque a amamentação exigia que eu acordasse algumas vezes à noite e, mesmo nas poucas noites em que não tinha sido solicitada para amamentar, eu geralmente estava em um sono leve, meio desperta, aguardando a solicitação a qualquer instante. Segundo porque eu nunca mais pude controlar exatamente minha hora de começar o dia! Se programava o despertador para às 06h00, era solicitada às 05h30 para amamentar e esse momento só acabava cerca de 40 minutos depois. Se o despertador estava programado para às 05h00, o bebê estranhamente adivinhava e acordav

Diário de desmame gentil guiado [2] - uma noite inteira de sono

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Todas as noites o ritual era o mesmo: meia caneca de leite, colocar pijama, escovar os dentes, fazer nossas orações, mamar e dormir agarradinho no peito. Quando finalmente pegava no sono, eu saia do seu lado com bastante cuidado. Já há algumas noites, ele soltava o peito bem antes de pegar no sono. Eu dizia: "filho, acho que já acabou". Ele soltava o peito, pedia o outro lado, mamava mais um pouquinho, e depois virava para o outro lado da cama e adormecia enquanto eu lhe acariciava os cabelos, ou a barriga. Na noite passada, dei-lhe um pouco de mamar antes de colocar o pijama e pedi que terminasse a rotina e dormisse com o papai, porque eu precisava fazer um bolo para o seu lanche do dia seguinte.  Confesso que me surpreendi ao voltar ao quarto, algum tempo depois, e ver pai e filho deitados dormindo lado a lado... Ás vezes a gente tem a sensação de que eles (nossos filhos) serão sempre pequenos, dependentes, grudados a nós... Mas o tempo passa e eles vão se desenvol